A série Round 6 passa muitas mensagens. Contudo, uma pouco falada é sobre o que o ser humano é capaz de fazer quando se encontra em uma situação irreversível de miserabilidade ou em um abismo social.
No entanto, este não é um texto sobre a influência que filmes ou jogos têm nas pessoas, para que elas cometam crimes.
Pois, não se pode resumir o ser humano a uma equação matemática e dizer qual a fórmula para a prática de crimes. São muitos os fatores que levam alguém a cometer um crime, ou até a cometer atos impensáveis contra si.
O presente texto trará reflexões sobre esses assuntos, usando uma obra fictícia para uma melhor visualização de um problema social que muitas vezes passa despercebido.
O objetivo aqui, nem de longe, é banalizar a prática de crimes. Nem propagar a impunidade. O que se busca é humanizar aqueles que respondem por crimes, mas nem por isso são pessoas ruins.
O objetivo é enxergar o ser humano por trás de uma acusação. É entender suas motivações, que em certos casos podem ser justificadas. Para que ele seja punido de forma proporcional e não com o peso do ódio da sociedade.
O que acontece na série round 6?
Antes de iniciar o raciocínio é preciso deixar claro que não tenho a intenção de fazer uma generalização. Nem dizer que todos que cometem um ato reprovável são “coitadinhos”. Pois, é fato que existem condutas injustificáveis e desproporcionais.
Contudo, da mesma forma que não se pode generalizar para justificar algo, também não podemos generalizar para condenar alguém e tomá-lo como monstro.
A história dos personagens principais de Round 6
A série Round 6 se passa na Coreia do Sul, considerado um país de primeiro mundo. Porém, com vários problemas sociais, como pobreza e endividamento.
Gi-Hun ou nº. 456
O protagonista da série Round 6 é Gi-Hun ou nº 456. Ele está endividado, pois, não sabe gerir seu dinheiro e gasta tudo com seu vício em apostas.
A má administração do dinheiro e endividamento são problemas comuns em nossa sociedade. Pois, se tem uma coisa em que o brasileiro é bom, é em não saber lidar com dinheiro e fazer dívidas.
Ao longo da série Round 6 a situação dele só se agrava, principalmente em consequência de sua atual condição financeira e de endividamento. Parte do dinheiro que Gi-Hun usava para apostar era de empréstimos bancários ou de agiotas.
Um desses agiota cobra Gi-Hun, fazendo-o assinar um documento em que um de seus rins é dado como garantia, caso a dívida não fosse paga.
Em seguida surge o risco de ficar longe de sua filha, que vai para os Estados Unidos com a mãe e o padrasto. Lembrando que o problema financeiro de Gi-Hun foi um dos fatores que levou sua ex-esposa a se separar dele.
Além disso, ele descobre que sua mãe está em um estado de saúde gravíssimo e só um tratamento caro poderá salvá-la.
Diante disso, é notório que Gi-Hun vive uma situação desesperadora. Não só ele, mas pessoas próximas a ele correm graves riscos.
Sae-byeok ou nº. 67
Outra personagem de Round 6 é Sae-byeok ou nº 67. Uma menina que fugiu com seu irmão mais novo da Coreia do Norte, por motivos óbvios.
Na fuga seu pai foi morto e sua mãe ficou para trás. No entanto, ela não conhece ninguém e não tem para onde ir na Coreia do Sul. Por isso, vive de pequenos furtos, batendo carteiras. Enquanto, o seu irmão está em um orfanato. Além disso, ela acaba se juntando a uma gangue local, pois não tinha outras opções.
Do mesmo modo, não é só para sobreviver que Sae-byeok comete crimes. É também para tirar seu irmão do orfanato e pagar para trazer sua mãe da Coreia do Norte. Pois, é um serviço ilegal e muito caro.
Ela até conseguiu o dinheiro para resgatar sua mãe. Contudo, a pessoa responsável por trazê-la fugiu com o dinheiro, levando-a outra vez à estaca zero.
Esses, são os dois personagens que mais nos fazem sentir empatia. Sendo assim, com o desenrolar da história nossa torcida por eles só aumenta.
Além desses dois há também outros em péssima situação de vida. Dessa forma, fica claro que todos ali estão no fundo do poço.
Portanto, a série nos remete a nossa realidade. Pois, há várias pessoas vivendo nessas circunstâncias, não só no Brasil, mas em todo o mundo.
Como funciona o jogo na série Round 6?
Os organizadores do jogo em Round 6 selecionam 456 participantes para jogar. Eles não se conhecem (salvo exceções).
Eles são sedados por um gás e levados a um lugar que não sabem onde é e não conseguem ver os rostos dos responsáveis pela organização. Pois, estes só ficam de máscara.
É dito a eles que irão participar de uma rodada de 6 jogos com uma grande recompensa financeira para o vencedor. Contudo, era mantido em segredo quais seriam os jogos, sendo revelado apenas no momento da partida.
Mesmo sendo jogos infantis, eles não recebiam pistas de qual seria o próximo. Vale lembrar que, na Coreia do Sul também há muitos jogos infantis, no qual, quem errava ou quebrava as regras eram “eliminados”.
Todos os jogadores assinam um “termo de consentimento”, afirmando que estão fazendo aquilo por livre escolha.
Contudo, apenas na primeira rodada os participantes descobrem que a “eliminação” dos jogadores é de forma literal. Sendo assim, eles arriscam suas próprias vidas, pois, perder no jogo significa a morte.
Além das mortes causadas pelos jogos, os corpos tinham seus órgãos roubados por alguns membros da organização. Pior é que alguns jogadores ainda estavam vivos quando tinham seus órgãos retirados.
Os jogadores eliminados eram colocados em caixões, onde os corpos eram queimados em uma fornalha. E algumas pessoas eram colocadas ainda com vida no caixão.
À medida que os jogos avançam as coisas pioram, em alguns jogos os participantes têm que matar uns aos outros. Pois, há jogos que não possibilitam a sobrevivência de todos. Um deles ou um dos grupos precisam ser eliminados. Sendo assim, no final apenas um dos 456 jogadores seria o vencedor.
No entanto, não são só nos jogos que os homicídios acontecem. Pois, no intervalo entre o 2.º e o 3.º jogo um dos participantes é morto por outro em uma briga. Dessa forma, essa morte é computada, aumentando o valor do prêmio.
Sendo assim, isso motivou alguns jogadores a matarem outros participantes. Inclusive, pequenos grupos foram formados para isso, com a intenção de diminuir a concorrência e aumentar o prêmio.
Nessa noite, quando as luzes se apagam, os jogadores começam a matar uns aos outros, com as próprias mãos, lençóis ou barras de ferro.
O que motivou os participantes a jogarem?
No começo os jogadores resistem em acreditar no que os organizadores falam e a participar do jogo. No entanto, os organizadores expõem no telão, as situações de dificuldade de alguns participantes e isso os influencia a jogar pelo dinheiro.
Contudo, os organizadores só divulgaram o valor do prêmio após a primeira rodada de jogo.
Após o primeiro jogo ou primeiro round, dos 456 que entraram, 255 saíram, sobrando apenas 201.
O que deixou todos surpresos, visto que, não esperavam que morreriam em um jogo. Pois, os oganizadores não avisaram esse detalhe para eles.
Diante disso, alguns jogadores imploram para o jogo parar. No entanto, isso só era possível se essa fosse a vontade da maioria dos participantes.
No início, todos estavam dispostos a sair. Contudo, antes da votação os jogadores são informados que para cada pessoa eliminada o valor de cem milhões de Wones (dinheiro coreano) é acumulado ao prêmio. Sendo assim, o prêmio final ficaria em 45,6 bilhões de Wones (R$ 208.845.119,58 reais).
Dessa forma, isso gera discussões entre os participantes. Pois, alguns temem a morte, mas outros preferem enfrentá-la, em vez de voltar para suas vidas miseráveis.
Nesse sentido, alegam que voltar para rua seria pior, pois lá fora era um inferno. Inclusive, um jogador diz que não tem uma casa para voltar e que no jogo ao menos tem uma chance. Pois, prefere morrer tentando, em vez de morrer lá fora como um “cão”.
Em seguida é feita a votação para decidir sobre o encerramento do jogo. Inclusive, uma das jogadoras, que implorava para ir embora, votou para ficar, após saber o valor do prêmio. E por 101 votos a 100 o jogo termina. Isso mostra que muitos estavam dispostos a arriscar suas vidas.
No entanto, quando os participantes voltam para suas vidas normais a situação de todos piora. Sendo assim, todos são convidados de novo para voltar ao jogo. E dos 201 jogadores que saíram, 187 voltaram. Portanto, a maioria retornou, incluindo os que votaram para sair na primeira vez.
Diante disso, percebemos que os organizadores selecionaram pessoas com situações pessoais semelhantes. Pois, eram pessoas que estavam sofrendo, sem um propósito de vida, e que a morte não seria tão ruim, talvez até um favor.
Inclusive, um dos membros da organização diz para os jogadores:: “todos vocês estão vivendo no limite, com dívidas que não podem pagar”.
O que motivou essas pessoas foi o sentimento de que, a condição atual delas já era tão insuportável, que elas queriam arriscar. Um risco que poderia mudar a situação de um deles ou, adiantar o fim deles, colocando um fim naquele sofrimento.
Após o jogo das bolinhas de gude, um jogador que foi obrigado a matar sua esposa pede aos outros por uma nova votação, para abandonar o jogo.
No entanto, a essa altura todos preferem continuar. Pois, prosseguir era melhor que voltar para suas vidas de antes. Dessa forma, o jogador que foi obrigado a eliminar sua própria esposa se mata naquela noite.
A realidade deles é tão ruim e sem esperança que, mesmo passando por tudo isso, eles preferem morrer a voltar para o “mundo real”.
Inclusive, os organizadores conseguem enxergar que a situação dos jogadores é tão ruim que eles são capazes de se submeterem àquele tipo de jogo para sair dela. E assim, aproveitam da vulnerabilidade das pessoas escolhidas.
Eles percebem que um ser humano, sendo bom ou ruim, é capaz de tudo quando está em uma situação desesperadora.
Qual o limite do ser humano?
Afinal de contas, qual o limite de uma pessoa? Até que ponto é possível suportar as dificuldades da vida?
Nós somos “autorizados” a ter um limite, ou tudo deve ser suportado? Afinal, existe uma linha limite que, após ser cruzada, torna uma pessoa capaz de atos impensáveis?
Hoje em dia é comum ouvirmos que devemos ser pessoas inabaláveis, preparados para o que der e vier. No entanto, essa é uma visão que eu concordo, até um certo ponto.
Há uma frase clichê que diz: “só o dono da dor sabe o quanto ela dói”. Sendo assim, o que pode ser algo insignificante para você pode ser uma dor insuportável para outra pessoa. Do mesmo modo, você pode não suportar uma situação que outra pessoa suportaria.
Alguns dizem “para mim, nada justifica tal ato”. Contudo, esquecemos que o mundo tem infinitas formas de nos causar sofrimento. Pobreza, doenças, fome, maus tratos, solidão, guerras, violência, são exemplos de coisas ruins que podem acontecer para alguém.
Estamos sujeitos a muitas situações difíceis e algumas delas podem causar uma dor que justifique muitas atitudes.
Contudo, é quase impossível traçar um critério para dizer até onde uma pessoa deve aguentar. Mais difícil ainda é acreditar que todos devam suportar todo tipo de sofrimento e permanecer inquebrantável.
Você já ouviu aquele ditado: “situações desesperadas pedem medidas desesperadas”. Isso não vale só para nós humanos. Às vezes, até os animais têm que colocar em prática esse ditado.
Pois, no reino animal, são vários os motivos que levam um animal a matar e comer outro de sua espécie. Eles podem fazer isso para diminuir a concorrência, para demonstrar superioridade, mas também por fome.
O canibalismo é uma prática comum entre algumas espécies, como o louva-deus. Contudo, não é a regra no reino animal. Nem mesmo entre mamíferos.
Isso ocorre, sobretudo, como o último recurso de um animal em desespero. Por exemplo, quando um animal se encontra entre a vida e a morte, tomado pela fome e falta de alimento.
Nesse sentido, mães podem matar seus próprios filhotes para não morrer de fome. Ato que não seria feito se este não fosse o último recurso ao seu alcance.
Cachorros que convivem de forma pacífica, se abandonados em um quintal, irão matar uns aos outros para se alimentar. Contudo, isso não ocorreria se a fome não tivesse tomado conta deles.
Na teoria isso não poderia ser usado como parâmetro. Pois, animais são seres irracionais e humanos racionais. Contudo, o desespero, a fome e a falta de esperança são fatores comuns a ambos.
No livro “O caso dos exploradores de caverna” vemos a história de 5 homens que ficam presos em uma caverna. Lá decidem entre si quem deve ser morto para servir de alimento aos demais.
Se alimentar da carne do homem que mataram foi o que fez que os demais sobrevivessem. Mesmo assim, isso não impediu que fossem julgados por essa morte após serem resgatados.
Sendo assim, o que fizeram para viver foi visto como um assassinato pela sociedade, que os julgou como bandidos, pessoas ruins.
Há um motivo para alguém cometer um crime?
Seria muita arrogância trazer uma lista de motivos que levam alguém a praticar um crime, ou o perfil de pessoas que tendem a cometer crimes.
No entanto, há muitos anos, tentou-se traçar um padrão de criminosos. Sendo assim, foi tomado como base certas características físicas ou comportamentos em comum entre eles.
Um estudo famoso foi o realizado pelo psiquiatra italiano Cesare Lombroso. Sendo assim, ele descreveu e diferenciou as características de uma “pessoa normal” para um criminoso. E até de um louco e uma prostituta.
Nesse sentido, o formato e tamanho da cabeça, formas das orelhas, nariz e até sobrancelha poderiam rotular alguém como criminoso. Até a forma de escrever poderia considerar uma mulher como criminosa.
Na época (século XIX e início do século XX) seus estudos foram respeitados, mesmo sofrendo diversas críticas, por serem preconceituosos e tendenciosos.
Contudo, mesmo que hoje ainda tenha um estigma social sobre quem seriam possíveis criminosos, os estudos de Lombroso caíram por terra. Pois, não era um método eficaz.
Do mesmo modo, há muitos estudos sobre a motivação do cometimento de crimes. No qual, é mencionado diversas possibilidades, como a desigualdade social, desestrutura familiar, pobreza e muitas outras.
Nesse sentido, também é uma dificuldade estabelecer os padrões de quais motivos impulsionam a prática de crimes. Pois, cada indivíduo terá o seu, desde a fome até o egoísmo.
Não há dúvidas de que existam pessoas ruins nesse mundo, que cometem crimes por motivos banais, podendo ser uma pessoa de qualquer classe ou realidade social.
Há também as pessoas com distúrbios mentais, que cometem crimes por puro prazer, ou devido a sua condição mental. São inúmeros os distúrbios que a influenciam agir de tal forma, desde psicopatia até altos níveis de atraso mental.
Pessoas boas também cometem crimes, o que as diferenciam é o contexto
Uma lição que a série Round 6 nos mostra é que, pessoas boas também cometem crimes, mas o que as diferenciam é o contexto.
Como dito, alguns animais podem matar outro de sua espécie apenas para demonstrar superioridade. Mas também matam no desespero da fome.
Com os humanos é igual. Pois, alguns cometem crimes apenas para obter vantagens sobre outros. Porém, há os que cometem crimes por não ver uma outra forma de reduzir o seu desespero.
Isso nos mostra que, em qualquer circunstância, existem pessoas más. Porém, existem as boas, que só querem ficar vivas.
Na série Round 6, quando os jogadores começam a matar uns aos outros no dormitório, muitos matam apenas para diminuir a concorrência e aumentar o prêmio. Contudo, outros só estão tentando sobreviver.
Outra situação é que no decorrer dos jogos os participantes criam laços. No entanto, ainda assim são obrigados a eliminar uns aos outros. Sobretudo, no jogo das bolinhas de gude.
Nesse momento podemos ver que alguns eliminam seus amigos por falta de escolha. Pois, um tem que morrer. Contudo, outros não se importam de matar os mais próximos. Pois, só pensam em si e no prêmio.
Além disso, a personagem Sae-byeok no começo da série era vista apenas como uma batedora de carteira, ou seja, uma pessoa ruim.
Contudo, no decorrer da série, quando conhecemos seus dramas e motivações não mais a vemos como uma bandida. Sendo assim, descobrimos que ela não é uma pessoa má e que seus motivos são nobres.
Pelo contrário, criamos grande afeto por ela. Isso mostra que entendemos que os atos praticados por ela, ainda que reprováveis, são justificáveis.
Sendo assim, passar fome por vários dias, ou assistir familiares nessa condição pode motivar o mais honesto dos homens a cometer um crime.
Relação da série Round 6 com a prática de crimes contra o patrimônio
Ainda que no decorrer do texto tenham sido citados casos de assassinato, até mesmo na série Round 6, não vamos entrar nesse mérito.
Sendo assim, vamos focar nos crimes patrimoniais. Pois, o maior motivo do jogo existir, é a dificuldade financeira dos jogadores.
A ideia central desse texto é que, as pessoas da série se submetiam ao risco iminente de morte, sem ao menos saber qual o tipo de morte teriam.
Sendo assim, você tem alguma dúvida de que essas pessoas estariam dispostas a serem presas? Você acha que as pessoas que passam por aquelas situações e participaram daquele tipo de jogo temeriam a prisão?
Podemos comparar com as pessoas que estão em uma situação miserável. E por isso acabam cometendo crimes contra o patrimônio. A única preocupação dessas pessoas é sobreviver. Pois, nenhuma consequência, por exemplo, a prisão, será pior que a situação atual delas.
Não é raro vermos uma pessoa que furtou ser capturada e agredida por populares em via pública. Na série todos os participantes se submeteram a uma sessão de tapas na cara antes de entrarem no jogo. Tudo isso foi feito por um punhado de dinheiro, que para eles era a salvação.
Do mesmo modo, na vida real é possível que alguém esteja em tamanho estado de necessidade que se disponha a apanhar ou a ser preso, caso seja pego.
Claro que existem pessoas sem caráter, que usam a criminalidade como meio de ganhar “dinheiro fácil”. O ser humano pode ser bom ou ruim, independentemente da situação, como vimos em várias partes da série Round 6.
Na vida real não é diferente, existem pessoas ruins que cometem crimes. Mas há também pessoas boas que acabam cometendo crimes.
Além disso, o envolvimento no tráfico de drogas também serve de exemplo. Pois, em muitos casos isso se torna a única alternativa para uma pessoa.
Inclusive, a própria lei prevê uma diminuição de pena para pessoas que são pegas no tráfico, mas não têm envolvimento direto. Pois, estão sendo apenas usadas como “mulas”.
O próprio legislador reconheceu que, faz parte de nossa realidade pessoas em situação de dificuldade financeira levarem cargas de drogas.
No entanto, não só o legislador, mas todos devem enxergar que as más condições na vida de uma pessoa boa podem levá-la a ter um ato impensável e levar um carregamento de drogas para um traficante.
A lei é para todos, quem comete um crime deve pagar por isso, mas nunca deixar de ser visto como um ser humano.
Portanto, deve haver compreensão e empatia pela situação que uma pessoa pode estar passando. E não clamor por linchamento ou pela morte dessa pessoa.